segunda-feira, 23 de maio de 2016

Dia de comprar as varinhas!

olivaras, beco diagonal -

Depois de ter contado pra Seth as coisas da vida bruxa, minha tia teve uma longa conversa com a mãe dele. Não é fácil você de repente descobrir que existe um mundo secreto bem debaixo do nariz e que faz parte da sua vida. Então a gente decidiu fazer junto uma espécie de rito de iniciação. Afinal eu também não sabia que existia uma escola pra bruxos e todos os detalhes que envolvem esse mundo.


E qual melhor forma de se sentir um bruxo do que ir comprar as varinhas? Mostrei algumas lojas pra Seth no meio do caminho, porque o Beco é um lugar realmente muito interessante! Só que no fundo, eu não estava me aguentando de ansiedade pra chegar logo no tal Olivaras. A loja é linda, toda abarrotada de caixinhas e de varinhas de formas e cores bem diferentes. Assim que chegamos, um senhorzinho de idade apareceu e nos chamou pelo sobrenome! Isso foi realmente perturbador, será que bruxos conseguem ler mentes? Imagino que nem todos tenham esse poder, ele era bem velhinho, devia ser um bruxo sábio. Só que não gostei. Eu amo falar! Você sabe disso, e se eu deixo alguma coisa na minha cabeça é porque esse é o lugar dela! Nem tudo precisa ser compartilhado com os outros.

Mas voltando às varinhas! É muito legal, sério. Você só precisa pegar uma, agitar no ar e, se for a certa, vai saber. O ruim é que coisas estranhas acontecem se for a errada. Pergaminhos caem, solta faíscas, ou até nada acontece e fica apenas aquele silêncio estranho. Dizem que é a varinha que te escolhe e eu realmente não entendia o que isso queria dizer até segurar o meu bebê pela primeira vez. Antes de tocá-la, um arrepio já subiu pelo meu braço. Dá pra sentir a conexão, o coração acelera, a mão fica mais quente e ao mesmo tempo é confortável de segurar, quase como uma carícia da própria varinha. O velhinho disse que a minha é especial e bem sensível. É feita de videira, núcleo de pelo de unicórnio, 27cm, flexível. É linda! Com umas raízes e desenhos de folhas e flores na parte de segurar.


Já Seth demorou bem mais para encontrar a sua. Ele estava quase desistindo já, e eu me sentia super aflita. Havia milhões de varinhas, com certeza o menino encontraria alguma que o quisesse, mas ele sempre acabava achando que a cegueira era um obstáculo. Ainda bem que o senhor apareceu com uma especialmente para o meu amigo. E não é que deu certo? Fiquei muito feliz mesmo por ele! Agora somos oficialmente bruxos, os dois. A varinha dele é de cedro, com núcleo de pena de fênix, 30cm, rígida.



Nós saímos de lá, os dois felizes pelo dia ter dado super certo. Só teve uma coisa! Fui conversar sobre a tecnologia dos livros, né, que Syd me contou. Aquela que sentimos o gosto se lambemos a imagem. Pelo que Seth me contou, isso não existe. Poxa, o livro estava quebrado coisa nenhuma, então... Fiquei chateada com isso, seria tão legal se fosse real... apesar de nojentinho.

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