segunda-feira, 9 de maio de 2016

Amigos pra sempre


london eye -

+44 (0)20 7646 0578 <~ número de telefone do Seth. Não esquecer (!!!)

Oooi, diário. Jeito meio estranho de começar, eu sei, mas é que o Seth me passou o número e eu só tinha aqui pra anotar. Em casa não tem telefone, infelizmente, mas eu vou arrumar um jeito de ligar pra ele, principalmente depois de tudo que aconteceu. Mas calma, vou explicar aos pouquinhos.

Então, a gente tinha marcado de se encontrar, né, pra ele me dar o livro e tudo mais. Se chama As Crônicas de Nárnia e tem um leãozão lindo na capa, estou louca pra ler - só não comecei ainda porque cheguei super cansada. Então, resolvemos ir para a roda gigante! Eu queria muito saber como ele ia se sentir no brinquedo, mesmo que não enxergue. Eu tenho certeza que os cegos tem uma percepção diferente das coisas e por mais que ele não pudesse enxergar as luzezinhas e a cidade ficando pequena, imagino que tenha sentido algo que eu não pude perceber por conta da visão. Foi legal, ficamos de mãos dadas por lá e ele disse que estava gostando do passeio.

Mas aí as coisas começaram a desandar. Na verdade, elas já estavam meio desandadas na hora que ele falou do menino estranho que contou sobre bruxos e cartas. Seth não acredita e parece realmente não gostar dessa história toda. Fico cheia de medo, achando que ele pode não querer mais falar comigo quando souber que sou uma bruxa. E se ele souber da maldição, então? Acho que a amizade já era! Ele até disse que eu não ia me livrar facilmente e realmente espero que aconteça. Porque Seth é a primeira pessoa que considero um amigo por aqui - não que tivesse, no deserto. A gente se entende de um jeito diferente, parece que pensamos igual! 

Só que eu acho que fiz besteira e talvez tenha perdido meu único amigo. Ele ficou muito muito triste quando soube que eu ia estudar numa escola diferente e longe, e só poderíamos nos ver quando chegassem as férias. Eu to louca pra ir pra Hogwarts e conhecer esse novo mundo, mas meu coração dói por deixar meu amigo pra trás. Ficou uma coisa muito estranha na cabine, quase como se a gente nunca mais fosse se ver! E agora eu to aqui, na minha cama, escrevendo tudo isso e com maior vontade de chorar, sabe? Não quero ficar sozinha de novo!













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